A RAZÃO DE NOSSA FÉ

20-06-2011 10:33

Obra de Adão Carlos do Nascimento

1. Como surgiu a Igreja Presbiteriana?

R.: Surgiu da Reforma do Século XVI. Deus levantou um homem chamado João Calvino para conduzir Seu povo de volta à Bíblia. E, desta volta à Bíblia, nasceu a Igreja Presbiteriana.

2. Como se processou a Reforma Religiosa do Século XVI?

R.: A Reforma tem, como data básica de sua origem, o dia 31 de outubro de 1517, dia em que Lutero afixou as suas 95 teses, contra as indulgências, na porta da capela de Wittenberg. Martino Lutero era monge agostiniano e pretendia reforma a Igreja à qual pertencia. Porém, como excomungado pleo papa Leão X, viu-se obrigado a romper com a sua igreja, dando, assim, origem ao movimento religioso conhecido como Luteranismo. Movimentos religiosos independentes surgiram em outras regiões. Na Suíça, levantou Zwinglio, sucedido depois por Calvino. As Igrejas que adotaram as doutrinas e o sistema Calvinista denominam-se Igrejas Reformadas ou Presbiterianas. Da Suíça, o Presbiterianismo se espalhou para os Países Baixos, França, Escócia e Inglaterra. E, a seguir, atingiu todos os Continentes.

3. Quem foi João Calvino?

R.: Foi um dos Reformadores do Século XVI. Nasceu em Noyon, Picardia, na França, no dia 27 de maio de 1564. Aos 14 anos de idade, Calvino entrou para a universidade de Paris. Formou-se em direito na Universidade de Orleans, aos vinte anos de idade. Converteu-se a Cristo em 1533. Calvino foi o mais culto e o mais inteligente entre os reformadores. Escreveu comentários sobre todos os livros da Bíblia, com exceção do Apocalipse. Escreveu Sermões e Cartas e também tratados. Sua obra mais importante foi A Instituição da Religião Cristã, mais conhecida como As Institutas. Nesta obra ele apresenta um sistema de doutrinas absolutamente bíblicas. Este sistema de doutrinas é conhecido como Calvinismo.

 

7. Como o presbiterianismo chegou ao Brasil?

R. No Século XVI houve uma tentativa de implantação do presbiterianismo no Brasil, através dos franceses que aqui chegaram em 1557. A Ceia do Senhor, segundo o rito bíblico calvinista, foi celebrada pela primeira vez, na América do Sul, no dia 21 de março de 1557, no Rio de Janeiro. Os franceses, no entanto, foram expulsos de nosso país em 1567. Duas outras tentativas foram feitas através dos holandeses, em 1624 e em 1630. Em 1654, os holandeses foram expulsos do Brasil, e as comunidades presbiterianas que eles haviam implantado no nordeste, desapareceram. A implantação definitiva do presbiterianismo, no Brasil, se deu através do trabalho de missionários, que vieram especialmente para evangelizar os brasileiros.

8. Quem foi o primeiro missionário presbiteriano a vir para o Brasil?

R. Foi o Rev. Ashbel Green Simonton, que chegou ao Brasil, no Rio de Janeiro, no dia 12 de agosto de 1859. Tinha apenas 26 anos de idade. Seu ministério durou apenas 8 anos, pois Simonton faleceu em São Paulo, no dia 8 de dezembro de 1867. A esta altura, a nossa Igreja já tinha um presbitério (Presbitério do Rio de Janeiro), um Seminário, cinco pastores e três Igrejas organizadas ( a 1ª do Rio de Janeiro, a 1ª de São Paulo e a de Brotas, no Estado de São Paulo).

10. Quando Simonton chegou ao Brasil, já havia aqui missionários de outras denominações?

R. Simonton encontrou, no Rio de Janeiro, o Dr. Robert Reid Kalley, médico escocês, que fazia um trabalho missionário independente. Do trabalho do Dr. Kalley resulto a Igreja Evangélica Fluminense. Havia também pastores que vieram acompanhando imigrantes europeus. Estes pastores, entretanto, se limitavam a dar assistência espiritual aos imigrantes europeus. Simonton, foi portanto, o primeiro missionário enviado ao Brasil, com o objetivo de evangelizar os brasileiros. Os missionários de outras denominações só chegaram bem mais tarde.

11. Que é uma “doutrina baseada solidamente nas Escrituras Sagradas?”

R. É uma doutrina baseada na Bíblia toda ou, seja, que compreende todos os livros da Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. A nossa Igreja não aceita doutrinas baseadas em apenas algumas passagens ou textos isolados das Escrituras.

12. Quais são os padrões doutrinários da Igreja Presbiteriana?

R. Nossa Igreja adota, como exposição das doutrinas bíblicas, a confissão de fé e os Catecismos como exposição do sistema de doutrinas ensinadas nas Santas Escrituras. Isto se faz necessário em virtude de a Bíblia não trazer as doutrinas já sistematizadas.

13. Quem elaborou a Confissão de Fé e os Catecismos?

R. A Confissão de Fé e os Catecismos foram elaborados por 151 teólogos de várias Igrejas Evangélicas, reunidos na Abadia de Westminster, em Londres, na Inglaterra, de julho de 1643 a fevereiro de 1649. Estes livros foram preparados em espírito de oração e profunda submissão ao ensino das Escrituras.

14. Que é Escritura Sagrada?

R. É a palavra de Deus expressa em forma escrita. É o livro que nos dá “aquele conhecimento de Deus e de Sua vontade, necessário para a salvação” (2 Tm 3:15,16). A Bíblia é composta de 66 livros, escritos, por, no mínimo, 36 autores, que viveram em tempos e lugares diferentes, num período de 1.600 anos. No entanto, o Autor da Bíblia é o próprio Deus, que inspirou os autores a que nos referimos.

15. Como sabemos que a Bíblia foi inspirada por Deus?

R. O testemunho de Jesus sobre o Antigo Testamento (Mt.22:29; Mc 12:24; Lc 24:25, 27, 32 e Jo 5:39). O testemunho da Bíblia sobre a natureza (2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:20-21). A experiência de milhões de pessoas cuja vida foi transformada pela leitura da Bíblia e a nossa própria experiência de sentir Deus falando conosco, quando lemos a Bíblia. Tudo isso é evidência da inspiração divina das Escrituras. Porém, como esta aceitação é matéria de fé e não de prova científica, só a operação do Espírito Santo em nós é que nos dá a convicção de que a Bíblia é a Palavra de Deus.

16. Por que a Bíblica “católica” tem 7 livros a mais do que a “nossa” Bíblia?

R. Porque o concílio de Trento, no dia 15 de abril de 1546, anexou, por decreto, esses livros à Bíblia. Nós não aceitamos e a “nossa” Bíblia não os tem porque eles não têm nem as evidências externas nem as evidências internas de que são inspirados por Deus. A Igreja Católica Romana nos acusa de termos retirado os 7 livros das Escrituras. No entanto, foi ela que os acrescentou à Bíblia, no concílio de Trento.

17. O que as Escrituras nos revelam a respeito de Deus?

R. Que Deus é Espírito (Jo 4:24) e, portanto, não tem corpo como nós (Lc 24:39); que Deus é um Ser pessoal, capaz de compreender os nossos sentimentos e conhecer os nossos pensamentos (Sl 103:14 e 139:1-7); que Deus é eterno (Sl 90:2), imutável (Ml 3:6), infinito (I Rs 8:27), conhece todas as cousas (Sl 139:4), vê tudo o que se passa no céu e na terra (Pv. 15:3), está presente, ao mesmo tempo, em todos os lugares (Sl 139:7-10), é onipotente (Mt 19:26), nos ama (I Jo 4:8), é cheio de misericórdia (Sl 57:10 e 100:5). Revela-nos também que Deus é justíssimo (Sl 119:137) e terrível em Seus juízos (Hb 10:31). O Deus de quem a Bíblia nos fala é um Deus Triuno, isto é, subsiste em três pessoas.

18. Que é a Santíssima Trindade?

R. É a coexistência das Três Pessoas na Divindade Única: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 27:19; 2 Co 13:13). São Três Pessoas distintas, da mesma substância, iguais em poder e glória, porém um só Deus. É um mistério que não pode ser explicado nem definido, porque está além do alcance da mente do homem. Em suma: ou aceitamos a Triunidade do Deus Único, ou temos de admitir três Deuses na Bíblia. A Bíblia, no entanto, nos ensina com muita clareza que existe um só Deus verdadeiro (1 Co 8:5-6; 1 Tm 2:5), e que o pai é Deus (Gl 1:1; Ef 6:23), que o filho é Deus (Jo 1:1 e 2 Pe 1:1) e que o Espírito Santo é Deus (At. 5:3-4).

19. Como Deus se relaciona com o universo?

R. Deus o criou (Gn 1:1 e Ef 3:9), Deus o dirige (Dn 4:35), Deus o governa (Jó 34:12-15; Sl 22:28; 103:19), Deus o preserva (Ne 9:6). Ele tem um plano eterno de ação (Ef 1:11). Nada acontece sem que ele tenha ordenado ou permitido (Mt 10:29). Deus não improvisa nem é surpreendido pelos acontecimentos. Na Sua infinita sabedoria, Ele dirige tudo segundo Sua própria vontade sem, contudo, tirar a liberdade do homem nem violentar a vontade do ser humano.

20. Que é predestinação?

R. É a doutrina bíblica segundo a qual Deus já determinou o destino eterno de todo o ser humano (Rm.8:29-30; Rm.9:14-21; Ef.1:3-5), tanto dos que se salvam como dos que se perdem.

21. A doutrina da predestinação anula a pregação do evangelho?

R. Não, porque Deus, que nos predestinou para a salvação em Cristo, é o mesmo que “amou ao mundo de tal maneira, que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.3:16). Deus não é o autor do pecado (Tg.1:12), não viola a liberdade humana e não deseja a perdição do pecador (Ez.33:11). O decreto divino da predestinação se cumpre segundo o propósito de Deus, que opera segundo Sua justiça e Sua graça. Os que buscam a Deus com sinceridade de alma, são tangidos por Seu Espírito misericordioso, e os que O rejeitam, fazem-no levados por sua própria soberba, como réprobos rebelados contra Deus, e nos quais se manifesta a justiça divina, que retribui a cada um, segundo as suas obras.

22. A doutrina da predestinação se harmoniza com a lógica humana?

R. O pensamento e as ações de Deus não precisam submeter-se ao juízo da lógica humana. O próprio Deus afirma que os Seus pensamentos não são os nossos pensamentos, nem os Seus caminhos, os nossos caminhos (Is. 55:8,9). Querer submeter a ação divina à lógica humana é tentar colocar o homem na posição de soberano e Deus na de súdito.

23. Qual deve ser a atitude do crente diante da doutrina da predistinação?

R. Aceitá-la com profunda reverência e humildade, por estar fundamentada na Bíblia. Estar convicto de que a sua sistuação de crente em Jesus Cristo lhe dá a certeza de ser um predestinado para a salvação (Jo. 4:44). Louvar a Deus, ser diligente e abundante na obra do Senhor (I Co. 15:58) e procurar crescer em santidade (I Pe. 1:14-16; I Jo. 3:3). A consciência de ser um predestinado deve ser uma aliada do crente na luta contra o pecado.

24. Que é pecado?

R. “É a falta de conformidade com a Lei de Deus ou qualquer transgressão dessa Lei.” Isto inclui o nosso estado de decaídos (Rm.3:9-18, 23), a nossa disposição corrompida (Rm.7:21-23), as nossas omissões egoístas(Tg.4:17) e nossos atos, pensamentos e palavras que não se harmonizam com a santa e perfeita vontade de Deus.

25. Quais são as conseqüências do pecado?

R. A morte espiritual, ou seja, o rompimento da comunhão com Deus (Gn.2:15-17; 3:1-10), os castigos naturais e os sofrimentos resultantes dos erros cometidos (2 Sm.12:7-14; Gl.6:7), a escravidão sob o pecado (Rm.7:18-24; Jo.8:34), a morte física (Rm.5:12) e a perdição eterna (Ap..20:11-15).

26. Que fez o Filho de Deus para livrar o homem das conseqüências do pecado?

R. Diante da incapacidade do homem de libertar-se do pecado, Deus estabeleceu um pacto como Seu Filho, na eternidade, para salvar o pecador e restaurá-lo à comunhão com o Criador (Ef. 1:3-14; Tt 1:4); Esta aliança de Deus com Seu Filho é chamada, pelos teólogos, de Pacto da Redenção.

27. Que fez o Filho de Deus para salvar o pecador?

R. Jesus Cristo, o Filho de Deus, escolhido e ordenado pelo Pai para ser o Mediador entre Deus e o homem, no cumprimento de Sua missão redentora, assumiu a forma humana (Jo 1:1, 14); nasceu da virgem Maria (Lc 1:26-38; 2:1-7); viveu vida santa e perfeita e tomou sobre Si o fardo de nossos pecados (Is 53:4-5); padeceu em Sua alma os mais cruéis tormentos (Mt 26:38; Mc 14:34; Lc 22:44) e, em Seu corpo, os maiores sofrimentos (Jo 18:12-13; Mc 14:65; Jo 18:22; Mt 27:27-31, 46); foi preso e condenado inocentemente (Lc 23:4, 22, 47; Mt 27:24); foi crucificado, morto e sepultado, mas ressurgiu ao terceiro dia (Mt 28:1-10; 1Co 15:3-8); subiu ao céu (At. 1:9-11), onde está à direita de Deus Pai (Hb 10:12; I Pe 3:22), e de onde intercede pelos Seus servos (Rm 8:34; Hb 7:25). Ao assumir a forma humana, Jesus tornou-se verdadeiramente homem, sem deixar de ser verdadeiramente Deus, possuindo ambas as naturezas, a divina e a humana, inteiramente perfeitas e distintas, inseparavelmente unidas em Sua Pessoa. Como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, Jesus realizou uma obra redentora completa (Hb 9:12).

28. Como a obra redentora de Cristo é aplicada ao pecador?

R. Deus, através do Espírito Santo, aplica ao pecador a obra redentora de Cristo, operando em nós a vocação eficaz, a regeneração, o arrependimento para a vida, a fé salvadora, a justificação, a adoção de filhos, a santificação e a glorificação.

29. Que é vocação eficaz?

R. É uma atração irresistível que Deus (Rm. 8:30), por meio da Palavra e do Espírito Santo (Rm. 10:14-17; Jo. 16:13-14; At. 16:14; Ef. 4:1), exerce sobre o pecador, levando-o a aceitar a Cristo como seu único Salvador. Se Deus não agisse no coração do pecador, todos, sem exceção, rejeitariam a salvação em Cristo (I Co. 2:14).

30. Que é regeneração?

R. É a ação do Espírito Santo, através da qual ele implanta no coração do pecador, a quem Deus chamou eficazmente, uma disposição santa de servir a Deus em espírito e em verdade (Ef.2:1-9). É o nosso nascimento (Jo.3:3, 5-8).

31. Que é arrependimento para a vida?

R. É a tristeza que o pecador sente pelo seu estado de miséria espiritual, acompanhada da resolução de abandonar o pecado e voltar-se para Deus. Há dois tipos de arrependimento: 1. O que leva o pecador a Ter tristeza pelo que fez, mas não o induz a abandonar o pecado e a voltar-se para Deus. Exemplo deste tipo de arrependimento é Judas Iscariotes (Mt.27:3-5). 2. O arrependimento para a vida, como o que foi experimentado por Pedro, depois de negar a Cristo (Mt.26:69-75; At.11:18).

32. Que é fé salvadora?

R. “É uma confiante entrega a Cristo, para a salvação”. A fé salvadora implica numa completa renúncia de toda a tentativa para se alcançar a salvação através de obras, e numa entrega total a Cristo, na firme crença de que o Seu sacrifício na cruz é suficiente para nos salvar. É Deus quem dá ao homem este tipo de fé (Ef.2:8) e o pecador a exercita para a salvação (Rm 10:9).

33. Que é justificação?

R. É o ato de Deus pelo qual Ele nos declara justificados. Em outras palavras: Deus anula as nossas culpas mediante os méritos de Cristos, que morreu em nosso lugar (Rm 3:21-28; 5:8).

34. Que queremos dizer, quando afirmamos que Deus nos adota como filhos?

R. É o ato pelo qual Deus, por Sua graça, nos torna participantes da herança eterna, habilitando-nos a viver em íntima comunhão com Ele (Jo. 1:12; Ef. 1:5; Gl. 4:4-7; Rm 8:14-17).

35. Que é Santificação?

R. É o processo que se inicia no momento em que o pecador nasce de novo, buscando aperfeiçoara-se até atingir a plenitude da vida em comunhão com Deus. A santificação do crente tem três aspectos: 1. Quando o Espírito Santo regenera uma pessoa, ela crê em Cristo e todos os seus pecados são perdoados. Não é considerada culpada de pecado algum. Isto é santificação definitiva (2 Co. 5:17; Rm. 8:1; Ef. 1:4; Hb. 10:10). 2. A partir da regeneração, o crente começa a crescer espiritualmente, este crescimento continua a vida toda: É a santificação progressiva (Ef. 2:10; Fl. 3:12-14). 3. Na hora da morte, o crente é aperfeiçoado em santidade, a fim de comparecer diante de Deus (Hb. 12:14; Ec. 12:7; Lc. 16:22; Ap. 7:9-17). É a santificação final.

36. Que é glorificação?

R. É o aperfeiçoamento da nossa alma, a transformação do nosso corpo e a completa vitória sobre o pecado, que nos fará semelhantes a Cristo (Fl. 1:16; 3:20-21; 1 Jo. 3:2). A glorificação começa nesta vida, mas só alcançara sua plenitude na ressurreição do corpo.

37. O crente pode ter certeza de sua salvação?

R. A palavra de Deus nos garante que todo aquele que crê em Cristo, como Senhor e Salvador, tem a vida eterna (Jo. 3:16,360. Logo o crente pode e deve ter a certeza de que está salvo e de que viverá com Deus na eternidades (1 Jo. 5:13).

38. O verdadeiro crente pode cair do estado de graça e perder a salvação?

R. Não, o verdadeiro crente não perde a salvação, porque ela depende da fidelidade de Deus, que o escolheu. O poder de Deus é a garantia de que Ele cumprirá o Seu propósito (Ef. 1:11; 1 Jo. 4:4; Jo. 10:29) A morte expiatória, a ressurreição e a intercessão de Cristo garantem a salvação do crente (Rm. 8:334). E o Espírito Santo é o selo e o penhor da nossa salvação (Ef. 1:13-14), ou seja, o Espírito Santo também garante a eterna salvação do crente.

39. Qual é o lugar das boas obras na vida do crente?

R. Todo crente deve praticar boas obras como testemunho de sua fé, para a glória de Deus (Tg. 2:18-22; Mt. 5:16). Todo crente deve praticar as boas obras que Deus “de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:10). No entanto, devemos estar plenamente conscientes de que somos salvos pela graça, mediante a fé, e não pelas obras, “para que ninguém se glorie” (Ef. 2:8-9). As boas obras são a consequência e não a causa da nossa salvação.

40. O crente deve guardar a Lei?

R. Na Bíblia, encontramos três tipos de lei: 1. Lei Cerimonial – ordenanças que tinham como finalidade orientar, disciplinar e dirigir a vida religiosa do povo de Israel, servindo-lhe de instrumento de comunhão com Deus e de preparação para vinda do Salvador; 2. Lei Civil – que disciplinava a vida do cidadão perante o Estado; 3. Lei Moral – que revela a natureza e a vontade de Deus, bem como o dever de cada ser humano para com o Senhor. A Lei Cerimonial e a Lei Civil, do Antigo Testamento, foram todas abrogadas pelo Novo Testamento. Mas a Lei Moral, que se encontra resumida nos dois mandamentos citados por Cristo (Mt. 19:16-22; 22:34-40), deve ser ainda obedecida por todos os homens, especialmente por todos os crentes.

41. Em que sentido o crente é liberto do mal?

R. No sentido de não ser justificado nem condenado pela Lei (Rm. 3:28; 7:4-6; Gl. 2:16). Mas o crente tem o dever de pautar a sua vida segundo a retidão estabelecida pela Lei Moral, que o Novo Testamento mantém como norma de conduta.

42. Se o quarto mandamento ordena a guarda do Sábado porque não o guardamos?

R. O vocábulo Sábado, na Bíblia, vem da palavra shabbath e significa repouso, descanso, etc. Na nossa língua, o sétimo dia da semana chama-se Sábado, mas isto não ocorre em todas as línguas. Em alemão, por exemplo, o sétimo dia da semana chama-se sonnabend (véspera do sol) ou Samstag (dia de Saturno). Em francês, samedi (dia de Saturno). Em inglês, Saturday (dia de Saturno). Logo, o sétimo dia e Sábado não são a mesma coisa. O que a Lei ordena é a guarda de um dia de descanso por semana. E isto nós guardamos. Quando guardamos o Domingo, estamos cumprindo o quarto mandamento.

43. Por que guardamos o domingo?

R. Por várias razões. Dentre elas, destacamos as seguintes: 1. Jesus ressuscitou no domingo (Mt. 28:1-10; Mc. 16:1-8; Lc. 24:1-2; Jo. 20:1-10). 2.O Espírito Santo desceu sobre os crentes no Pentecoste, ou seja, no domingo (At. 2:1-4). 3. Os apóstolos e os discípulos, após a ressurreição de Cristo, passaram a guardar o Domingo (At. 20: 6-7; I Co. 16:1-4). 4. Novo Testamento chama ao domingo de Dia do Senhor (Ap. 1:10). 5. A tentativa de levar os crentes a guardarem o sábado, e não o domingo, primeiro dia da semana, é inovação adventista, sem nenhuma base na Palavra de Deus.

44. Quem ordenou o matrimônio e quais os seus objetivos?

R. O matrimônio foi ordenado pelo Criador (Gn. 2:18-24). E tem como objetivos: 1. O mútuo auxílio de marido e mulher (I Co. 7:3-5). A propagação da raça humana por sucessão legítima (Gn. 1: 27-28) e 3. Impedir a impureza (I Co. 7:2,9; Hb. 13:4).

47. Que é a Igreja?

R.. A Igreja é o corpo de Cristo formado por todos os Seus verdadeiros servos

(Mt.16:18; Ef.1:22-23; 4:5; 5:23). Segundo a teologia reformada, há dois tipos de Igreja:

a) A igreja invisível constituída por todos os que já foram salvos, dos que estão sendo

salvos e dos que serão salvos (Hb.12:23). Igreja visível ou militante, constituída por

todos os que professam a fé em Jesus Cristo. Da Igreja visível, no entanto, fazem parte

tanto os verdadeiros crentes, misturados com o trigo e o joio. Nesta Igreja visível e

militante, com todas as mazelas que a caracterizam, é a igreja de Corinto. Toda Igreja

local (exemplos: de Antioquia, de Jerusalém, etc) é o exemplo de Igreja visível. A Igreja

Universal é constituída de todas as Igrejas locais, em todo o mundo.

48. Como uma pessoa pode tornar-se membro de uma Igreja Presbiteriana?

R. A admissão de membros, na Igreja Presbiteriana, obedece aos seguintes critérios: 1.

As pessoas batizadas na infância, numa Igreja Evangélica, são admitidas como membros

da Igreja mediante a pública Profissão de Fé; 2. As pessoas que não foram batizadas

numa Igreja Evangélica, devem receber o batismo e fazer a pública Profissão de Fé; 3.

As pessoas que vêm de outra Igreja Evangélica, que não trazem carta de transferência,

são admitidas pelo Conselho da Igreja, mediante solicitação por escrito. Na solicitação

deve constar a razão ou razões que as levaram a tomar tal decisão. Quando um membro

da Igreja Presbiteriana muda-se de um lugar para outro, deve providenciar sua carta de

transferência. Caso não o faça, poderá ser arrolado por jurisdição ex-ofício, depois de

estar freqüentando, pelo menos por um ano, a nova Igreja Presbiteriana.

 

 

 

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